Thursday, February 8, 2007

Taoditho Ceia Maronita de Ação de Graças


A LUZ DO MUNDO
(4 a.C. - 30 d.C.)


A assembléia começa por:
Em Nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Amém.

Os pais recitam o Salmo 78:
Escuta, ó Meu povo esta instrução.
Presta atenção às Minhas palavras
Abrirei os meus lábios em sentenças,
Desvendarei os mistérios dos tempos antigos.
O que ouvimos e aprendemos,
Através dos nossos pais,
Nada ocultaremos aos seus filhos,
Narraremos às gerações vindouras
Os louvores do Senhor,
O Seu poder e as Suas obras maravilhosas.

Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo.
Agora e sempre. Amém.

A mulher acende a grande vela dizendo:
Louvado seja o Pai todo Poderoso, criador dos céus e da terra, do mundo visível e invísivel. Vós escolhests a Virgen Maria para ser a mãe de Vosso Filho bem amado Jesus Cristo, a verdadeira Luz do mundo. Pelo “sim” de uma mulher e o poder do Espírito Santo, a Luz veio ao mundo.

O dirigente diz:
A luz resplandece nas trevas, mas as trevas não a admitiram. Estava no mundo, e o mundo foi feito por Ele, mas o mundo não O conheceu. Veio ao que era Seu e os Seus não O receberam. Mas a todos os que O receberam, aos que crêem n’Ele, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus.

A mulher diz:
Jesus Cristo foi crucificado,
padeceu e foi sepultado; Ressuscitou ao terceiro dia; conforme as escrituras; e subiu aos céus, onde está sentado à direita de Deus-Pai; e o seu reino não terá fim.
  


ANTIOQUIA

(30 d.C. -  350 d.C.)


O dirigente diz:
No dia de Pentecostes, depois que os discípulos estavam todos cheios do Espírito Santo, começaram a proclamar a todos a Boa Nova. Milhares de pessoas aceitaram  a menssagem,  foram batizados e se uniram a Igreja.

Entre  os anos 37 e 62, a Igreja nascente foi perseguida em Jerusalém. Entre os que  foram dispersos,  muitos  partiram para a Fenícia, Chipre e Antioquia, pregaram a Boa Nova e proclamaram sua fé no  SENHOR Jesus. A mão de Deus os acompanhavam e um grande número de pessoas acreditaram e se converteram. Foi em Antioquia que os discípulos de Jesus pela primeira fez foram chamados de cristãos.

A mulher acende as três velas pequenas: Fé, Esperança e Caridade.


SÃO MARUN E SEUS  DISCIPLOS

(350 d.C. -  452 d.C.)


O dirigente diz:
Aproximadamente no ano 350 d.C., Marun, “o pequeno Senhor” nasceu em Cyr, um vilarejo perto de Antioquia. Quando cresceu, Marun ouviu o chamado de Deus para  uma vida de santidade e de perfeição. Seu coração estava em chamas.

O  diálogo entre  Deus (dirigente)  e  Marun (um jovem):
 
- Marun, Marun.

- Sim, Senhor. Quem és?

- Eu sou o Pai compaixante. Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Eu sou aquele que  consola e que conforta. Te tornarás certamente o Pai de uma grande e poderosa nação, uma nação que trará teu nome. Eu, o Eterno,  serei o Deus deles e eles serão meu povo. Eles serão perseguidos por causa de sua fé,  mas estas perseguições vão torná-los mais fortes. As divisões entre eles vão trazer desastres  e amarguras, porque não obedecem o mandamento do amor, eles serão entregues a seus inimigos e  serão dispersados  pelos quatro cantos da terra.  Mas o arrependimento vai  chamar atenção de  minha Graça e Misericórdia, e o bem será rendido pelo mal.

 -  Como passará isso?

- “Permaneça em Mim e Eu permanecerei em vós. Como o ramo não pode dar frutos por si mesmo se não estiver na videira, assim acontecerá convosco se não estiveres em Mim. Eu Sou a videira, vós os ramos; quem estiver em Mim e Eu nele, esse dará muitos frutos; porque sem Mim nada podeis fazer”.  

- Senhor, o que queres que eu faça agora?

- Deixa a tua cidade. Suba no topo do Monte Nabo (Kfar Nabo). Mantenha-te unido a mim pelas tuas orações, tuas penitências e teu trabalho.  Eu vou proteger-te. Eu estarei contigo. Concederei meus dons para ti. Amém, Amém, em verdade eu te digo, se  o grão de trigo que caiu na terra não morrer, ele ficará só; mas se ele morrer, produzirá  muitos frutos.

- Eis me aqui, Senhor. Que Vossa vontade seja feita.


Todos rezam o “Pai Nosso”

A mulher diz:
Marun deixou o mundo e subiu para o topo do Monte Nabo (Kfar Nabo), perto de Antioquia. Ele viveu a céu aberto, transformou um templo pagão em uma igreja e se entregou a solidão, ao jejum, ao trabalho e a oração.

O dirigente diz:
“Marun fez grandes esforços para atingir a perfeita  sabedoria, pois o soldado militante é apreciado  pelas suas virtudes e seus atos… E Deus é muito generoso e carinhoso com os seus Santos; Ele lhes concede o dom de curar os doentes. A sua fama espalhou-se para todas as cidades vizinhas e as pessoas vieram até ele e testemunharam a veracidade de suas virtudes e de seus milagres.  Ele podia curar os doentes e expulsar o demônio com simples orações. Os médicos receitam um medicamento particular  para  cada doença, mas a oração do justo é remédio para  todas as doenças. São Marun não apenas cura as doenças do corpo mas igualmente cura as doenças da alma, atravéz da cura da avareza,  da cobiça, da raiva dos violentos, ensinando  a uns a  sabedoria da abstinência, a outros os princípios de justiça, ainda a outros a alegria da castidade e a outros o amor ao trabalho”. 

Marun atraiu muitos  discípulos: Tiago de Cyr, Limneus, Domnina, Cyra e Marana, Abraão, o Eremita (Apóstolo do Monte Líbano), e muitos outros. Marun faleceu no ano 410.

Todos recitam o parágrafo  da carta de  São João Crisóstomo a São Marun:
“[Estimado Marun], nós estamos ligados a ti pelo amor e amizade que nos leva a te vêr diante nós como se estivesses presente. Com os olhos do amor, a visão não pode ser interrompida pela distância nem diminuída pelo tempo… Nós nos dirigimos a ti para te honrar e garantimos que estarás constantemente em nossos pensamentos e te carregaremos junto a nossas almas onde quer que possamos estar… Nós te pedimos que  ore por nós.”

O dirigente  diz:
Depois do pedido do Papa Leão I, o Imperador  Marcianus  construiu um grande mosteiro perto do rio Oronte no ano 452. Este mosteiro foi chamado de  Beit Marun, ou a Casa de Marun. Durante  500 anos, os discípulos de São Marun viveram no mosteiro e apoiaram a Igreja Católica. Os seguidores de Beit Marun foram os primeiros a serem chamados de  Maronitas.



BEIT  MARUN

O CÁLICE DA FIDELIDADE

(452 d.C. -  938 d.C.)

O dirigente toca a sineta e apaga a primeira vela.

Uma criança pergunta:
O que aconteceu aos primeiros Maronitas?

O dirigente responde:
Haviam muitas tentativas para opôr a sua Fé:

1. No ano 517, 350 monges Maronitas foram mortos pelos Monofísitas por causa do apoio que eles deram ao Concílio de Calcedônia.

 2. No ano 694, quinhentos Maronitas foram mortos pelo Imperador Bizantino Justiniano, após a eleição do primeiro Patriarca, João Marun e Beit Marun foi danificada.

 3. No ano 938 Beit Marun e muitos outros mosteiros Maronitas na  Síria foram  completamente destruídos pelos árabes. O Patriarca Maronita refugiou-se nas  Montanhas do Líbano.

Estas três perseguições deixaram centenas de mártires e milhares de refugiados. Com estas perseguições iniciaram ondas de imigrações a partir do norte da  Síria até o Monte Líbano. Os Maronitas tiveram que tomar a difícil  decisão  de deixar  as ricas  planíces da Síria e se refugiarem nas montanhas asperas do Líbano para preservar a sua Fé. Os Maronitas e Arameus Siríacos da Síria se juntaram aos Maronitas Cananeus-Fenícios do Líbano e  aos Mardaïtas do Líbano.

A criança pergunta:
Onde estava a mão de Deus nesses acontecimentos?

O dirigente responde:
Deus levou os primeiros Maronitas para fora da Síria e os conduziram  às montanhas do Líbano para fundar uma  Igreja com os Maronitas Cananeu-Fenícios  do Líbano e para  adorá-lo com toda liberdade.


O Cálice da Fidelidade

          
O dirigente  toma o pão, divide e embebe o primeiro pedaço na salmoura e diz:
Tomai o  Lahmo (pão). Divide-o, embeba o primeiro pedaço na salmoura e comei. Lembrai-vos das lágrimas derramadas de nossos ancestrais quando abandonaram suas terras.

Depois ele toma o segundo pedaço e embrulha em um pano (ou guardanapo) e diz:
Embrulhai o segundo pedaço de  Lahmo e deixe-o de lado. Lembrai-vos de  Beit Marun, que foi destruída por causa da Fé.


Todos rezam o Salmo  79:
Senhor, as nações invadiram a Vossa herança,
Profanaram o Vosso Santo templo,
Fizeram de [Beit Marun] um monte de ruínas.
Deram os corpos dos Vossos servos mortos
Em  pasto às aves do céu,
E as carnes dos Vossos fiéis às feras da terra;
Rios do seu sangue correram
Em volta [do mosteiro],
E não havia quem os sepultasse.
Tornamo-nos objeto de desprezo,
Para os nossos vizinhos,
De escarnio e de risos para os povos que
Nos  cercam.
Até quando, Senhor? Será eterna a Vossa ira?
Será a Vossa ira como um fogo abrasador?
Esquecei as culpas dos nossos antepasados!;
Que Vossa misericórdia venha ao nosso encontro,
Porque estamos reduzidos a grande miséria.
Ajudai-nos,
Ó Deus, salvador, pela glória do Vosso nome!;
Livrai-nos e perdoai os nossos pecados
Pelo  amor do Vosso nome!.

Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo.
Agora e sempre. Amém.

O dirigente toma o cálice de vinho e diz:
Tomai  o cálice de vinho e bebei. Este é o cálice da Fidelidade. Lembrem-se dos mártires que derramaram o seu sangue por causa da sua Fé.


Soldados de Cristo


Depois deles beberem  o dirigente diz:
O Senhor Jesus disse: “Se a mim Me perseguiram, também vos perseguirão”.  “No mundo tereis aflições, mas tende confiança!. Eu Venci o mundo”.
O Papa Hormisdas descreveu os Maronitas como os soldados de Cristo e membros do seu Corpo Vivo. Por isso sejam como os seus ancestrais, fiéis à Igreja e aos seus ensinamentos, soldados de Cristo e membros do seu Corpo Vivo.

A mulher beija a Bíblia Sagrada e a passa  para todos, dizendo:
Fortifique a sua Fé com a Palavra que  Deus nos deu. Tudo que Ele disser, fazei.



A vela da Fé

(938 d.C. -1268 d.C.)


O dirigente diz:
Os Maronitas, que eram como cordeiros sem pastor, elegeram o primeiro Patriarca em 685: São João Marun. A sua fé foi então fortificada.

A mulher acende a vela grande,  a vela da Fé.

Todos recitam o  Ato de Fé  
                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                             
Ó meu Deus, nós cremos que Vós sois um Deus em três pessoas divinas, o Pai,  o Filho e o Espírito Santo. Nós cremos que o Vosso Filho Divino encarnou-se  e se fêz homem, morreu  pelos nossos pecados. Ele retornará  para julgar os vivos e os mortos. Nós cremos nisto e em  todas as verdades que a Vossa Santa Igreja Católica ensina,  porque Vós que não podeis desapontar nem ser desapontado, revelou-lhes. Amén.
 
O dirigente diz:
Por 350 anos,  os Maronitas Cananeus da Fenícia, os Maronitas Arameus Siríacos e os Mardaïtas viveram em total isolamento nas montanhas do Líbano.

Eles acolheram os seus irmãos e irmãs que abandonaram as suas terras e se refugiaram nas montanhas. A Igreja  cresceu sob os Cedros,  nos vales profundos, em grutas de terra, protegidas pelas montanhas brancas e rochosas. Os Maronitas cultivaram as terras e tornaram-nas férteis. Eles apreciaram o que Deus lhes deu, apegaram-se às terras e à Igreja, e estavam prontos para defender seu patriarca custasse  o que custasse.

A mulher  traz o  Fîré e serve a todos  (uma colher), dizendo:
Nós Vos rendemos graças, Senhor, por tudo que Vós destes aos nossos ancestrais: Uma Igreja, um  Patriarca e as montanhas do Líbano. Saboreai a doçura da Fé.

Todos comem,  cantam e recitam o Salmo 23, o Senhor é o meu pastor.
O Senhor é o meu pastor,
Nada  me falta,
Em verdes prados me faz recostar.
Conduz-me junto das águas refrescantes
Para  repousar.
Reconforta a minha alma,
E guia-me pelos caminhos retos,
Por amor de Seu nome.
Ainda que eu atravesse o vale tenebroso,
Nada temerei, porque  estais comigo.
O Vosso cajado e o Vosso báculo
São o meu amparo.
Preparais a mesa para mim
À vista dos meus inimigos.
Ungis com óleo a minha cabeça,
E o meu cálice transborda.
Graça e misericórdia hão-de acompanhar-me
Todos os dias da minha vida.
Habitarei na casa do Senhor,
Durante larguíssimos tempos.

Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo.
Agora e sempre. Amém.


AS MONTANHAS DO LÍBANO

O CÁLICE DA LIBERTDADE

(1268 d.C. - 1516 d.C.)


O dirigente toca a sineta.
Ele apaga  a segunda vela pequena.

A criança pergunta:
O que aconteceu aos Maronites nas montanhas do Líbano?

O dirigente responde:
Haviam muitas tentativas para sufocar as suas esperanças:

Durante as Cruzadas (1096-1292), os Maronitas estableceram uma forte relação com a França e o Papa de Roma. Eles não estavam isolados, mais depois da derrota das Cruzadas surgiram vários momentos:

1. Entre 1268 e 1283, os Mamelucos atacaram os bastiões dos Maronitas, semeando a destruição em Ehden, Becharré, Hadath al-Jibbet, Maifuk e outros vilarejos. Eles capturaram o Patriarca Daniel al-Hadchiti e o condenaram a morte.

2. Entre 1291 e 1305, os Mamelucos destruiram a região de Keseruan, matando milhares de pessoas.

3. Os Maronitas tiveram que aprender a sobreviver e proteger a sua liberdade; mas em 1357, aconteceu uma  divisão interna entre eles; os Maronitas de Byblos – Batrun romperam com os de Becharré.

A criança pergunta:
Deus diz que se nós nos dividimos e não observarmos Seu mandamento de amor,  nos deixará nas mãos dos inimigos e nos espalhará pelos quatro cantos da terra?


O dirigente  diz:
Isto é exatamente o que aconteceu. Os Mamelucos invadiram Byblos e Batrun, destruíram as suas cidades e queimaram vivo o Patriarca Gabriel Hjula em 1367. Muitas pessoas fugiram para Chipre, momento em que os Maronitas perderam a sua liberdade.

Em 1440, o Patriarca Maronita  mudou-se de Mayfuk para Wadi Kannubine, igualmente chamado de Wadi Kadicha ou  Vale Santo.



O cálice da liberdade


                 
O dirigente toma um pedaço de pão, divide e embebe o primeiro pedaço na salmoura dizendo:
Tomai o  Lahmo (pão). Divide-o, embeba o primeiro pedaço na salmoura e comei. Lembrai-vos das lágrimas derramadas por nossos ancestrais quando abandonaram suas terras.

O dirigente toma o segundo pedaço,  embebe  no molho de ervas amargas e come dizendo:
Embebei  o segundo pedaço no “Marôré” (ervas amargas)  e comei. Lembrai da amargura que os  nossos ancestrais passaram sob a pressão da humilhação.

Todos recitam o Salmo 85, oração pela  paz e justiça:
Fostes propício, Senhor à Vossa terra;
Melhorastes a sorte de [Marun].
Perdoastes a culpa do Vosso povo,
Cobristes todos os seus pecados.
Aplacastes toda a Vossa ira,
Refrescastes o furor da Vossa indiganção.
Restaurai-nos, ó Deus nosso salvador,
Ponde termo à Vossa indignação contra nós.
Porventura, será eterna a Vossa ira sobre todas as gerações?
Acaso, não nos restituíras a vida,
Para que o Vosso povo rejubile em Vós?
Mostrai-nos Senhor, a Vossa misericórdia,
E dai-nos a Vossa salvação.
Prestai atenção ao que diz o Senhor Deus:
Ele diz palavras de paz
Ao Seu povo e aos Seus Santos,
E aqueles cujos corações se convertem.
Sim, a Sua salvação está perto dos que O temem,
De sorte que Sua glória
Habitará na nossa terra.
A misericórdia e a fidelidade outra vez irão juntar-se,
A justiça  e a paz de novo se oscularão.
A fidelidade germinará da terra,
E a justiça olhará do céu.
Também o Senhor dará
Os Seus benefícios,
E a nossa terra produzirá
Os seus frutos.
A justiça caminhará
Diante d’Ele,
E a salvação seguir-lhe á os passos.

Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo.
Agora e sempre. Amém.


O dirigente toma o cálice de vinho dizendo:

Tomai o cálice de vinho e bebei.

Este é o cálice da Liberdade.

Lembrai dos mártires que deramaram  seu sangue por causa da liberdade.

Uma rosa entre os espinhos

       
Depois de beberem todos dizem:
Por causa de muitos desastres  que aconteceram neste período  de tempo (séculos XIII e XVI), particularmente no Oriente Médio, o Papa Leão X descreveu a Igreja Maronita tal como uma rosa entre  os espinhos, uma fortaleza impenetrável no meio do mar, imóvel no meio das ondas e da fúria da tempestade trovejante.

A mulher passa uma rosa rodeada de espinhos dizendo:
Tomai estas rosas envolvidas  de  espinhos e sinta seu aroma. Ela representa  nossa Igreja no meio do caos.

 

 VELA DA ESPERANÇA

(1516 d.C. -1842 d.C.)


O  dirigente  diz:
Deus ouviou os Maronitas clamarem por ajuda. Em 1516, os Otomanos venceram os Mamelucos. Os Maronitas se beneficiaram da proteção da França. Eles se desenvolveram no Líbano e se misturaram a outras minorias. A esperança de sobrevivência tornou-se mais forte.

A mulher  acende a segunda vela grande, a vela da Esperança.

Todos rezam o Ato de Esperança
Ó meu Deus, nós nos apoiamos sobre o Vosso poder, Vossa infinita bondade e Vossas promessas, nós esperamos obter perdão por todos os nossos  pecados, a ajuda da Vossa graça e a vida  eterna, pelos méritos de Jesus Cristo, nosso Senhor e Redentor. Amém.

O dirigente diz:
Os Maronitas construíram igrejas, fundaram ordens religiosas, construíram escolas e cultivaram terrenos áridos. Os vales e montanhas foram povoados por monges e eremitas. Muitas famílias converteram-se ao cristianismo, juntaram-se a igreja, e participaram da mesa do Senhor.

A mulher passa a travessa  de Fîré. Todos se servem da travessa (uma colher) e a mulher diz:
Nós Vos rendemos graças, Senhor, por tudo que Vós destes aos nossos ancestrais: Uma Igreja, um  Patriarca e as montalhas do Líbano. Saboreai a doçura da Fé.



Todos comem e rezam:
O Espírito do Senhor está sobre Mim, porque Me ungiu para anunciar a Boa Nova aos pobres; enviou-Me a proclamar a libertação aos cativos e, aos cegos, o recobrar da vista; a mandar em liberdade os oprimidos, a proclamar um ano de graça do Senhor”. 


LÍBANO

O CÁLICE DA INDEPENDÊNCIA

(1842 d.C. - 2004 d.C.)


O dirigente toca a sineta.
Ele  apaga  a terceira vela pequena.

A criança pregunta novamente:
O que aconteceu com os Maronitas nas montanhas do Líbano?

O dirigente responde:
Haviam muitas tentativas para sufocar o amor deles:

1. Entre 1842 e 1860, um grande conflito explodiu nas montanhas do Líbano. Em 1860, dezenas de vilarejos, igrejas e mosteiros foram completamente destruídos, sob o comando dos  Otomanos que tentaram quebrar o espírito de independência dos Maronitas. Dez mil Maronitas foram martirizados. Entre eles, consta os irmãos Massabki: François, Abd al-Moati e Rafael.  Eles foram martirizados em Damasco no dia 10 de julho de 1860 e beatificados pelo Papa Pio XI em 1 de outubro de 1926. Grande número de Maronitas foram desalojados e outros imigraran.

2. Entre 1915 e 1918, os Otomanos bloquearam as estradas para as montanhas. Um terço dos Maronites morreram por causa da fome e epidemias. Muitas pessoas imigraram.

3. Após a Segunda Guerra Mundial,  o Líbano obteve  sua independência. Contudo a  Paz não durou muito tempo.

Entre 1975 e 1990, o Líbano conheceu uma nova Guerra destrutiva.  Dezenas de milhares morreram na guerra e muitos imigraram.

Estas três maiores perseguições resultaram em três ondas de imigração do Líbano para muitos países, especialmente as Américas (particularmente para o Brasil) e Austrália. Os Maronites defenderam  o seu país com bastante coragem. Mas em 1990, eles se dividiram e lutam entre si.

A criança pergunta:
Deus diz que se nós nos dividirmos  e não observarmos seu mandamento de amor, nos deixará nas mãos dos inimigos e nos dispersará pelos quatro cantos da terra? 



O dirigente responde:
Foi exatamente o que aconteceu. Seus  inimigos  invadiram, bombardearam as cidades e  vilarejos, enviando seus chefes ao exílio e colocando outros na prisão. Os Maronitas perderam a sua independência e centenas de milhares deixaram as montanhas do Líbano e imigraram. A reconciliação tornou-se necessária.

O CÁLICE DA DA INDEPENDÊNCIA


O dirigente toma o pão, divide e embebe o  primeiro pedaço na salmoura, dizendo:
Tomai o  Lahmo (pão). Divide-o, embeba o primeiro pedaço na salmoura e comei. Lembrai-vos das lágrimas derramadas por nossos ancestrais quando abandonaram suas terras.

O dirigente toma o segundo pedaço, o embebe no molho de ervas amargas dizendo:
Embeba o  segunda pedaço  na “Marôré” e comei. Lembrai da amargura que os nossos irmãos e irmãs passaram sob a ocupação e humilhação.

Todos recitam a passagem do Livro das Lamentações 5, 1-22:
Lembrai-Vos, Senhor, do que nos aconteceu!
Olhai, considerai a nossa humilhação!
A nossa herança passou para mãos estranhas,
As nossas casas, entregues a desconhecidos.
Estamos órfãos, privados dos nossos pais
e as nossas mães são como viúvas.
Somente a preço de dinheiro nos é dado beber a nossa água;
A nossa lenha, temos de pagá-la.
Carregando o jugo ao pescoço,
Somos perseguidos, estamos esgotados,
Sem que se nos dê repouso.
Pecaram os nossos pais, mas já morreram,
E sobre nós cairam os castigos das suas iniquidades.
Um povo de escravos domina sobre nós
E ninguém nos arrebata das suas mãos.
Obtemos o nosso pão com perigo da nossa vida,
Enfrentando a espada do deserto.
Qual um forno, queima-nos a pele sob os ardores da fome,
Fugiu-nos a alegria dos corações;
As nossas danças converteram-se em luto.
Caiu-nos a coroa da cabeça; desgraçados de nós,
Porque pecamos!
Amargurou-se-nos o coração, os nossos olhos toldaram-se,
Porque a montanha [do Líbano] foi assolada,
E nele andam à solta os chacais.
Vós, porém, Senhor, sois eterno,
E o Vosso trono subsistirá
De geração em geração.
Esquecer-nos-ás para sempre?
Abandonar-nos-ás, ainda por muito tempo?
Reconduzi-nos a Vós, Senhor,
Nós voltaremos.
Fazei-nos reviver os dias de outrora.
Ter-nos-eis, porventura rejeitado inteiramente?
Estareis extremamente irritado contra nós?

Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo
Agora e sempre. Amém.

O dirigente toma  o cálice de vinho dizendo:
Tomai o cálice  de vinho e bebei.

Este é o cálice da Independência.

Lembrai dos mártires que derramaram o seu sangue pela causa da  independência.


Reconciliação

                         
A mulher diz aos seus  filhos:
O Senhor Jesus disse: “Todo o reino dividido contra si mesmo será devastado e cairá casa sobre casa”.  Por isso, Ele nos deu o mandamento de nos amarmos uns aos outros. Ele disse: “Que vos ameis uns aos outros; assim  como Eu vos amei, vós também vos deveis amar uns aos outros”. “Perdoai e vos será perdoado”.

Os dois filhos de mãos dadas dizem:
- Perdoe-me meu irmão, por eu ter pecado contra o reino dos Céus e contra ti.

- Eu te perdou, irmão. A paz esteja contigo.

- E contigo também.

Os dois filhos se  abraçam enquanto os membros da família aplaudem como sinal de alegria e reconciliação.

A mulher continua dizendo:
O Senhor  Jesus,  igualmente nos ensinou a amar os nossos inimigos. Ele disse: “Amai  os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem. Fazendo, assim, tornar-vos-eis filhos do vosso Pai que está nos Céus”.

Os filhos rezam dizendo:
Perdoai-lhes, ó Pai, porque não sabem o que fazem”.




Mais do que um País

 
A criança pergunta:
Deus abandonou o seu povo?




O dirigente responde:
Deus não abandonou o seu povo. Por outro lado, ele consolou os Maronitas, dando-lhes três santos: São Charbel, Santa Rafka e São Nimatullah Hardini. Em 1997 o Papa João Paulo II visitou o Líbano para dar esperança ao povo Libanês e em particular para os Maronitas. Ele disse, “O Líbano é mais que um país, o Líbano é uma mensagem”. O Papa deu sua exortação apostólica: “Uma Nova Esperança para o Líbano”.

A mulher passa um ramo de oliveira para cada conviva dizendo:
Tomai este ramo de oliveira. Ele representa a  mensagem de paz que devemos levar ao mundo.



A VELA DA CARIDADE

(2005 d.C. - …)


O dirigente diz:
Visto as severas perseguições  da Igreja no Líbano, muitos se espalharam pelo mundo, que por conseqüência provocou um crescimento da igreja Maronita fora do território Libanês. Foi assim que  a igreja nascente cresceu fora de Jerusalém. A Caridade  dos Maronitas tornou-se mais forte.

A mulher acende a terceira vela grande, a vela da Caridade.

Todos rezam o Ato de Caridade:
Ó meu Deus, nós Vos amamos acima de tudo, de todo nossos corações e de todas nossas almas, porque Vós sois todo infinitamente bom e Vós sois digno de nosso amor. Nós amamos nosso próximo como nós mesmos pelo amor que temos por Vós. Nós perdoamos todos que nos magoaram, como pedimos perdão por todas as nossas ofensas. Amém.

O dirigente diz:
A igreja Maronita torna-se internacional. Ela não só inclui  Cananeus-Fenícios Maronitas, de Arameus Siríacos Maronitas e de Árabes Maronitas, mas também de  Brasileiros,  de Americanos, de Canadenses, de Europeus e de Africanos Maronitas.

A mulher passa a travessa de  Fîré, dizendo:
Nós Vos rendemos graças,  Senhor,  por tudo que Vós destes aos nossos irmãos e irmãs: Uma igreja, um Patriarca e as montanhas do Líbano. Saboreai a doçura da Independência.

Todos  comem e rezam  o texto de Sofonias 3, 14-20:
Solta gritos de júbilo [Beit Marun]!
Solta gritos de alegria, [Líbano]!
Alegra-te e rejubila de todo coração [Maronitas],
O senhor revogou a sentença pronunciada contra ti,
Afastou de ti os teus inimigos.
Rei [dos Reis], que é o Senhor, está no meio de ti;
Não temerás mais a desgraça
Naquele dia, dir-se-á [a Igreja]
Não temas [Beit Marun]!
Não se enfraqueçam os teus braços,
Porque o Senhor, teu Deus, está no meio de ti,
Como poderoso salvador!
Por causa de ti Ele anda em transportes de alegria,
Cala-se no Seu amor,
Exulta de alegria a teu respeito,

Como num dia de festa.
Suprimerei os que te feriram,
Tirarei a confusão que te oprime
Naquele dia, esterminarei
Todos os teus opresores.
Salvarei os coxos, recolherei os dispersos,
Farei deles objetos de louvor,
E da sua confusão, glória de toda a terra,
No tempo em que vos hei-de reunir.
Farei de vós objeto de glória e de louvor
Entre todos os povos da terra,
Quando tiver realizado,
Diante dos vossos olhos,
Vossa restauração, diz o Senhor.

Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo.
Agora e sempre. Amém.

JANTAR


O CÁLICE DA  SALVAÇão


Depois do jantar, o dirigente toma o segundo pedaço de pão, que foi embrulhado antes, e come dizendo:
Tomai o segundo pedaço de Lahmo embrulhado no guardanapo. Por 1600 anos, nós fomos  alimentados com o Pão da Vida, que nos foi dado atravéz de Marun, Beit Marun  e da Igreja Maronita. Comei nesta ceia de Ação de Graças.

Todos recitam:
Nossa Senhora do Líbano,                                          orai  por nós.

São  Pedro e São Paulo,                                              orai por nós

São Marun,                                                                  orai por nós.

São João Marun,                                                         orai por nós.

São Charbel,                                                                orai por nós.

Santa Rafka,                                                               orai  por nós.

São Nimatullah Hardini,                                             orai  por nós.

Irmãos Massabki: François,
Abd al-Moati e Rafael,                                               orai por nós.
O dirigente toma o cálice de vinho, dizendo:

Tomai o cálice de vinho e bebei. Este é o cálice da Salvação. Provai a alegria da Salvação.

A mulher traz a Fîré  e serve  a todos (uma colher), dizendo:
Nós Vos rendemos graças, Senhor,  por tudo o que nos deste: uma Igreja, um  Patriarca e as montanhas do Líbano. Provai  a doçura da Salvação.

Todos concluem:
Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo.
Agora e para sempre. Amém.

Os membros da família aplaudem e comprimentam-se uns aos outros, dizendo:


FELIZ TAODITHO!

No comments:

Post a Comment