A LUZ DO MUNDO
(4
a.C. - 30 d.C.)
A assembléia começa por:
Em Nome do Pai e do
Filho e do Espírito Santo. Amém.
Os pais recitam o Salmo 78:
Escuta, ó Meu povo
esta instrução.
Presta atenção às
Minhas palavras
Abrirei os meus
lábios em sentenças,
Desvendarei os
mistérios dos tempos antigos.
O que ouvimos e
aprendemos,
Através dos nossos
pais,
Nada ocultaremos
aos seus filhos,
Narraremos às
gerações vindouras
Os louvores do Senhor,
O Seu poder e as
Suas obras maravilhosas.
Glória ao Pai, ao
Filho e ao Espírito Santo.
Agora e sempre.
Amém.
A
mulher acende a grande vela dizendo:
Louvado seja o Pai todo Poderoso, criador dos céus e da terra, do mundo
visível e invísivel. Vós escolhests a Virgen Maria para ser a mãe de Vosso
Filho bem amado Jesus Cristo, a verdadeira Luz do mundo. Pelo “sim” de uma
mulher e o poder do Espírito Santo, a Luz veio ao mundo.
O
dirigente diz:
A luz resplandece nas trevas, mas as trevas não a
admitiram. Estava no mundo, e o mundo foi feito por Ele, mas o mundo não O
conheceu. Veio ao que era Seu e os Seus não O receberam. Mas a todos os que O
receberam, aos que crêem n’Ele, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus.
A mulher diz:
Jesus Cristo foi crucificado, padeceu e foi sepultado; Ressuscitou ao
terceiro dia; conforme as escrituras; e subiu aos céus,
onde está sentado à direita de Deus-Pai; e o seu reino não terá fim.
ANTIOQUIA
(30 d.C. - 350 d.C.)
O
dirigente diz:
No dia de Pentecostes, depois que os discípulos estavam todos cheios do Espírito Santo, começaram a proclamar a
todos a Boa Nova. Milhares de pessoas aceitaram
a menssagem, foram batizados e se
uniram a Igreja.
Entre os anos 37 e 62, a Igreja nascente foi
perseguida em Jerusalém. Entre os que
foram dispersos, muitos partiram para a Fenícia, Chipre e Antioquia,
pregaram a Boa Nova e proclamaram sua fé no
SENHOR Jesus. A mão de Deus os acompanhavam e um grande número de
pessoas acreditaram e se converteram. Foi em Antioquia que os discípulos de Jesus
pela primeira fez foram chamados de cristãos.
A mulher acende as três velas pequenas: Fé,
Esperança e Caridade.
SÃO MARUN E SEUS DISCIPLOS
(350
d.C. - 452 d.C.)
O
dirigente diz:
Aproximadamente no ano 350 d.C., Marun, “o pequeno Senhor” nasceu em
Cyr, um vilarejo perto de Antioquia. Quando cresceu, Marun ouviu o chamado de
Deus para uma vida de santidade e de
perfeição. Seu coração estava em chamas.
O diálogo entre
Deus (dirigente) e Marun (um jovem):
- Marun, Marun.
- Sim,
Senhor. Quem és?
- Eu sou o Pai compaixante. Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Eu sou
aquele que consola e que conforta. Te tornarás
certamente o Pai de uma grande e poderosa nação, uma nação que trará teu nome.
Eu, o Eterno, serei o Deus deles e eles
serão meu povo. Eles serão perseguidos por causa de sua fé, mas estas perseguições vão torná-los mais
fortes. As divisões entre eles vão trazer desastres e amarguras, porque não obedecem o mandamento
do amor, eles serão entregues a seus inimigos e
serão dispersados pelos quatro
cantos da terra. Mas o arrependimento
vai chamar atenção de minha Graça e Misericórdia, e o bem será rendido pelo mal.
- Como passará isso?
- “Permaneça em Mim e Eu permanecerei
em vós. Como o ramo não pode dar frutos por si mesmo se não estiver na videira,
assim acontecerá convosco se não estiveres em Mim. Eu Sou a videira, vós os
ramos; quem estiver em Mim e Eu nele, esse dará muitos frutos; porque sem Mim
nada podeis fazer”.
- Senhor, o que queres que eu faça agora?
- Deixa a tua cidade. Suba no topo do Monte Nabo (Kfar Nabo).
Mantenha-te unido a mim pelas tuas orações, tuas penitências e teu
trabalho. Eu vou proteger-te. Eu estarei
contigo. Concederei meus dons para ti. Amém, Amém, em verdade eu te digo,
se o grão de trigo que caiu na terra não
morrer, ele ficará só; mas se ele morrer, produzirá muitos frutos.
- Eis me aqui,
Senhor. Que Vossa vontade seja feita.
Todos rezam o
“Pai Nosso”
A
mulher diz:
Marun deixou o mundo e subiu para o topo do Monte Nabo (Kfar Nabo),
perto de Antioquia. Ele viveu a céu aberto, transformou um templo pagão em uma
igreja e se entregou a solidão, ao jejum, ao trabalho e a oração.
O
dirigente diz:
“Marun fez grandes esforços para atingir a perfeita sabedoria, pois o soldado militante é
apreciado pelas suas virtudes e seus
atos… E Deus é muito generoso e carinhoso com os seus Santos; Ele lhes concede
o dom de curar os doentes. A sua fama espalhou-se para todas as cidades
vizinhas e as pessoas vieram até ele e testemunharam a veracidade de suas
virtudes e de seus milagres. Ele podia
curar os doentes e expulsar o demônio com simples orações. Os médicos receitam
um medicamento particular para cada doença, mas a oração do justo é remédio
para todas as doenças. São Marun não
apenas cura as doenças do corpo mas igualmente cura as doenças da alma, atravéz
da cura da avareza, da cobiça, da raiva
dos violentos, ensinando a uns a sabedoria da abstinência, a outros os
princípios de justiça, ainda a outros a alegria da castidade e a outros o amor
ao trabalho”.
Marun atraiu muitos discípulos: Tiago de
Cyr, Limneus, Domnina, Cyra e Marana, Abraão, o Eremita
(Apóstolo do Monte Líbano), e muitos outros. Marun faleceu no ano 410.
Todos
recitam o parágrafo da carta de São João Crisóstomo a São Marun:
“[Estimado Marun], nós estamos ligados a ti pelo amor e amizade que nos
leva a te vêr diante nós como se estivesses presente. Com os olhos do amor, a
visão não pode ser interrompida pela distância nem diminuída pelo tempo… Nós
nos dirigimos a ti para te honrar e garantimos que estarás constantemente em
nossos pensamentos e te carregaremos junto a nossas almas onde quer que
possamos estar… Nós te pedimos que ore
por nós.”
O
dirigente diz:
Depois do pedido do Papa Leão I, o Imperador Marcianus
construiu um grande mosteiro perto do rio Oronte no ano 452. Este
mosteiro foi chamado de Beit Marun, ou
a Casa de Marun. Durante 500 anos, os discípulos
de São Marun viveram no mosteiro e apoiaram a Igreja Católica. Os seguidores de
Beit Marun foram os primeiros a serem chamados de Maronitas.
BEIT MARUN
O CÁLICE DA FIDELIDADE
(452
d.C. - 938 d.C.)
O dirigente toca a sineta e apaga a primeira
vela.
O que aconteceu aos primeiros
Maronitas?
O dirigente responde:
Haviam muitas tentativas para
opôr a sua Fé:
1. No ano 517, 350 monges Maronitas foram mortos pelos Monofísitas por
causa do apoio que eles deram ao Concílio de Calcedônia.
2. No ano 694, quinhentos Maronitas foram mortos pelo Imperador Bizantino
Justiniano, após a eleição do primeiro Patriarca, João Marun e Beit Marun foi
danificada.
3. No ano 938 Beit Marun e muitos outros mosteiros Maronitas
na Síria foram completamente destruídos pelos árabes. O
Patriarca Maronita refugiou-se nas
Montanhas do Líbano.
Estas três perseguições deixaram centenas de mártires e milhares de refugiados.
Com estas perseguições iniciaram ondas de imigrações a partir do norte da Síria até o Monte Líbano. Os Maronitas
tiveram que tomar a difícil decisão de deixar
as ricas planíces da Síria e se
refugiarem nas montanhas asperas do Líbano para preservar a sua Fé. Os
Maronitas e Arameus Siríacos da Síria se juntaram aos Maronitas
Cananeus-Fenícios do Líbano e aos
Mardaïtas do Líbano.
A criança pergunta:
Onde estava a mão de Deus nesses
acontecimentos?
O
dirigente responde:
Deus levou os primeiros Maronitas para fora da Síria e os conduziram às montanhas do Líbano para fundar uma Igreja com os Maronitas Cananeu-Fenícios do Líbano e para adorá-lo com toda liberdade.
O Cálice da Fidelidade
O dirigente toma
o pão, divide e embebe o primeiro pedaço na salmoura e diz:
Tomai o Lahmo (pão). Divide-o,
embeba o primeiro pedaço na salmoura e comei. Lembrai-vos das lágrimas
derramadas de nossos ancestrais quando abandonaram suas terras.
Depois ele toma o segundo
pedaço e embrulha em um pano (ou guardanapo) e diz:
Embrulhai o segundo pedaço
de Lahmo e deixe-o de lado.
Lembrai-vos de Beit Marun, que
foi destruída por causa da Fé.
Todos rezam o Salmo
79:
Senhor, as nações
invadiram a Vossa herança,
Profanaram o Vosso
Santo templo,
Fizeram de [Beit
Marun] um monte de ruínas.
Deram os corpos
dos Vossos servos mortos
Em pasto às aves do céu,
E as carnes dos
Vossos fiéis às feras da terra;
Rios do seu sangue
correram
Em volta [do
mosteiro],
E não havia quem
os sepultasse.
Tornamo-nos objeto
de desprezo,
Para os nossos
vizinhos,
De escarnio e de
risos para os povos que
Nos cercam.
Até quando,
Senhor? Será eterna a Vossa ira?
Será a Vossa ira
como um fogo abrasador?
Esquecei as culpas
dos nossos antepasados!;
Que Vossa
misericórdia venha ao nosso encontro,
Porque estamos
reduzidos a grande miséria.
Ajudai-nos,
Ó Deus, salvador,
pela glória do Vosso nome!;
Livrai-nos e
perdoai os nossos pecados
Pelo amor do Vosso nome!.
Glória ao Pai, ao
Filho e ao Espírito Santo.
Agora e sempre.
Amém.
O dirigente toma o cálice
de vinho e diz:
Tomai o cálice de vinho e bebei. Este é o cálice da
Fidelidade. Lembrem-se dos mártires que derramaram o seu sangue por causa da sua
Fé.
Soldados de Cristo
Depois deles beberem o dirigente diz:
O Senhor Jesus disse: “Se a
mim Me perseguiram, também vos perseguirão”. “No mundo tereis aflições, mas tende
confiança!. Eu Venci o mundo”.
O Papa Hormisdas descreveu os Maronitas como os soldados de Cristo e
membros do seu Corpo Vivo. Por isso sejam como os seus ancestrais, fiéis à
Igreja e aos seus ensinamentos, soldados de Cristo e membros do seu Corpo Vivo.
A mulher beija a Bíblia
Sagrada e a passa para todos, dizendo:
Fortifique a sua Fé com a Palavra
que Deus nos deu. Tudo que Ele disser,
fazei.
A vela da Fé
(938 d.C. -1268 d.C.)
O dirigente diz:
Os Maronitas, que eram como cordeiros sem pastor, elegeram o primeiro Patriarca
em 685: São João Marun. A sua fé foi então fortificada.
A mulher acende a vela grande, a vela da Fé.
Todos
recitam o Ato de Fé
Ó meu Deus, nós cremos que
Vós sois um Deus em três pessoas divinas, o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Nós cremos que o Vosso
Filho Divino encarnou-se e se fêz homem,
morreu pelos nossos pecados. Ele
retornará para julgar os vivos e os
mortos. Nós cremos nisto e em todas as
verdades que a Vossa Santa Igreja Católica ensina, porque Vós que não podeis desapontar nem ser
desapontado, revelou-lhes. Amén.
O
dirigente diz:
Por 350 anos, os Maronitas Cananeus
da Fenícia, os Maronitas Arameus Siríacos e os Mardaïtas viveram em total
isolamento nas montanhas do Líbano.
Eles acolheram os seus irmãos e irmãs que abandonaram as suas terras e
se refugiaram nas montanhas. A Igreja
cresceu sob os Cedros, nos vales
profundos, em grutas de terra, protegidas pelas montanhas brancas e rochosas.
Os Maronitas cultivaram as terras e tornaram-nas férteis. Eles apreciaram o que
Deus lhes deu, apegaram-se às terras e à Igreja, e estavam prontos para
defender seu patriarca custasse o que
custasse.
A
mulher traz o Fîré e serve a todos (uma colher), dizendo:
Nós Vos rendemos graças, Senhor, por tudo que Vós destes aos nossos
ancestrais: Uma Igreja, um Patriarca e
as montanhas do Líbano. Saboreai a doçura da Fé.
Todos comem, cantam e recitam o Salmo 23, o Senhor é o meu
pastor.
O Senhor é o meu
pastor,
Nada me falta,
Em verdes prados
me faz recostar.
Conduz-me junto
das águas refrescantes
Para repousar.
Reconforta a minha
alma,
E guia-me pelos
caminhos retos,
Por amor de Seu
nome.
Ainda que eu
atravesse o vale tenebroso,
Nada temerei,
porque estais comigo.
O Vosso cajado e o
Vosso báculo
São o meu amparo.
Preparais a mesa
para mim
À vista dos meus
inimigos.
Ungis com óleo a
minha cabeça,
E o meu cálice
transborda.
Graça e
misericórdia hão-de acompanhar-me
Todos os dias da
minha vida.
Habitarei na casa
do Senhor,
Durante
larguíssimos tempos.
Glória ao Pai, ao
Filho e ao Espírito Santo.
Agora e sempre.
Amém.
AS
MONTANHAS DO LÍBANO
O
CÁLICE DA LIBERTDADE
(1268
d.C. - 1516 d.C.)
O dirigente toca a sineta.
Ele apaga a segunda
vela pequena.
A criança pergunta:
O que aconteceu aos
Maronites nas montanhas do Líbano?
O dirigente responde:
Haviam muitas tentativas para
sufocar as suas esperanças:
Durante as Cruzadas (1096-1292), os Maronitas estableceram uma forte relação
com a França e o Papa de Roma. Eles não estavam isolados, mais depois da
derrota das Cruzadas surgiram vários momentos:
1. Entre 1268 e 1283, os Mamelucos atacaram os bastiões dos Maronitas, semeando
a destruição em Ehden, Becharré, Hadath al-Jibbet, Maifuk e outros vilarejos.
Eles capturaram o Patriarca Daniel al-Hadchiti e o condenaram a morte.
2. Entre 1291 e 1305, os Mamelucos destruiram a região de Keseruan, matando
milhares de pessoas.
3. Os Maronitas tiveram que aprender a sobreviver e proteger a sua liberdade;
mas em 1357, aconteceu uma divisão
interna entre eles; os Maronitas de Byblos – Batrun romperam com os de
Becharré.
A
criança pergunta:
Deus diz que se nós nos dividimos e não observarmos Seu mandamento de
amor, nos deixará nas mãos dos inimigos
e nos espalhará pelos quatro cantos da terra?
O
dirigente diz:
Isto é exatamente o que aconteceu. Os Mamelucos invadiram Byblos e
Batrun, destruíram as suas cidades e queimaram vivo o Patriarca Gabriel Hjula
em 1367. Muitas pessoas fugiram para Chipre, momento em que os Maronitas
perderam a sua liberdade.
Em 1440, o Patriarca Maronita mudou-se
de Mayfuk para Wadi Kannubine, igualmente chamado de Wadi Kadicha ou Vale Santo.
O cálice da liberdade
O dirigente toma um pedaço de pão,
divide e embebe o primeiro pedaço na salmoura dizendo:
Tomai o Lahmo (pão). Divide-o,
embeba o primeiro pedaço na salmoura e comei. Lembrai-vos das lágrimas
derramadas por nossos ancestrais quando abandonaram suas terras.
O dirigente toma o segundo
pedaço, embebe no molho de ervas amargas e come dizendo:
Embebei o segundo pedaço no “Marôré” (ervas
amargas) e comei. Lembrai da
amargura que os nossos ancestrais
passaram sob a pressão da humilhação.
Todos
recitam o Salmo 85, oração pela paz e
justiça:
Fostes propício,
Senhor à Vossa terra;
Melhorastes a
sorte de [Marun].
Perdoastes a culpa
do Vosso povo,
Cobristes todos os
seus pecados.
Aplacastes toda a
Vossa ira,
Refrescastes o
furor da Vossa indiganção.
Restaurai-nos, ó
Deus nosso salvador,
Ponde termo à
Vossa indignação contra nós.
Porventura, será
eterna a Vossa ira sobre todas as gerações?
Acaso, não nos
restituíras a vida,
Para que o Vosso
povo rejubile em Vós?
Mostrai-nos
Senhor, a Vossa misericórdia,
E dai-nos a Vossa
salvação.
Prestai atenção ao
que diz o Senhor Deus:
Ele diz palavras
de paz
Ao Seu povo e aos
Seus Santos,
E aqueles cujos
corações se convertem.
Sim, a Sua
salvação está perto dos que O temem,
De sorte que Sua
glória
Habitará na nossa
terra.
A misericórdia e a
fidelidade outra vez irão juntar-se,
A justiça e a paz de novo se oscularão.
A fidelidade
germinará da terra,
E a justiça olhará
do céu.
Também o Senhor
dará
Os Seus
benefícios,
E a nossa terra
produzirá
Os seus frutos.
A justiça
caminhará
Diante d’Ele,
E a salvação
seguir-lhe á os passos.
Glória ao Pai, ao
Filho e ao Espírito Santo.
Agora e sempre.
Amém.
O dirigente toma o cálice
de vinho dizendo:
Tomai o cálice de vinho e bebei.
Este é o cálice da Liberdade.
Lembrai dos mártires
que deramaram seu sangue por causa da
liberdade.
Uma rosa entre os espinhos
Depois de beberem todos
dizem:
Por causa de muitos
desastres que aconteceram neste
período de tempo (séculos XIII e XVI),
particularmente no Oriente Médio, o Papa Leão X descreveu a Igreja Maronita tal
como uma rosa entre os espinhos, uma
fortaleza impenetrável no meio do mar, imóvel no meio das ondas e da fúria da
tempestade trovejante.
A mulher passa uma rosa
rodeada de espinhos dizendo:
Tomai estas
rosas envolvidas de espinhos e sinta seu aroma. Ela
representa nossa Igreja no meio do caos.
VELA DA ESPERANÇA
(1516
d.C. -1842 d.C.)
O dirigente
diz:
Deus ouviou os Maronitas clamarem por ajuda. Em 1516, os Otomanos
venceram os Mamelucos. Os Maronitas se beneficiaram da proteção da França. Eles
se desenvolveram no Líbano e se misturaram a outras minorias. A esperança de
sobrevivência tornou-se mais forte.
A mulher
acende a segunda vela grande, a vela da Esperança.
Todos
rezam o Ato de Esperança
Ó meu Deus, nós nos apoiamos sobre o Vosso poder, Vossa infinita
bondade e Vossas promessas, nós esperamos obter perdão por todos os nossos pecados, a ajuda da Vossa graça e a vida eterna, pelos méritos de Jesus Cristo, nosso
Senhor e Redentor. Amém.
O
dirigente diz:
Os Maronitas construíram igrejas, fundaram ordens religiosas, construíram
escolas e cultivaram terrenos áridos. Os vales e montanhas foram povoados por
monges e eremitas. Muitas famílias converteram-se ao cristianismo, juntaram-se
a igreja, e participaram da mesa do Senhor.
A mulher passa a travessa
de Fîré. Todos se servem da travessa (uma colher) e a mulher diz:
Nós Vos
rendemos graças, Senhor, por tudo que Vós destes aos nossos ancestrais: Uma Igreja,
um Patriarca e as montalhas do Líbano.
Saboreai a doçura da Fé.
Todos
comem e rezam:
“O Espírito do Senhor está sobre Mim, porque Me ungiu para anunciar
a Boa Nova aos pobres; enviou-Me a proclamar a libertação aos cativos e, aos
cegos, o recobrar da vista; a mandar em liberdade os oprimidos, a proclamar um
ano de graça do Senhor”.
LÍBANO
O
CÁLICE DA INDEPENDÊNCIA
(1842
d.C. - 2004 d.C.)
O dirigente toca a sineta.
Ele apaga a terceira vela pequena.
A criança pregunta
novamente:
O que aconteceu com os Maronitas
nas montanhas do Líbano?
O
dirigente responde:
Haviam muitas tentativas para sufocar o amor deles:
1. Entre 1842 e 1860, um grande conflito explodiu nas montanhas do Líbano. Em
1860, dezenas de vilarejos, igrejas e mosteiros foram completamente destruídos,
sob o comando dos Otomanos que tentaram
quebrar o espírito de independência dos Maronitas. Dez mil Maronitas foram
martirizados. Entre eles, consta os irmãos Massabki: François, Abd al-Moati e
Rafael. Eles foram martirizados em
Damasco no dia 10 de julho de 1860 e beatificados pelo Papa Pio XI em 1 de
outubro de 1926. Grande número de Maronitas foram desalojados e outros
imigraran.
2. Entre 1915 e 1918, os Otomanos bloquearam as estradas para as montanhas. Um
terço dos Maronites morreram por causa da fome e epidemias. Muitas pessoas
imigraram.
3. Após a Segunda Guerra Mundial, o
Líbano obteve sua independência. Contudo a Paz não durou muito tempo.
Entre 1975 e 1990, o Líbano conheceu uma nova Guerra destrutiva. Dezenas de milhares morreram na guerra e muitos
imigraram.
Estas três maiores perseguições resultaram em três ondas de imigração do Líbano
para muitos países, especialmente as Américas (particularmente para o Brasil) e
Austrália. Os Maronites defenderam o seu
país com bastante coragem. Mas em 1990, eles se dividiram e lutam entre si.
A
criança pergunta:
Deus diz que se nós nos dividirmos
e não observarmos seu mandamento de amor, nos deixará nas mãos dos
inimigos e nos dispersará pelos quatro cantos da terra?
O dirigente
responde:
Foi exatamente o que aconteceu. Seus inimigos
invadiram, bombardearam as cidades e
vilarejos, enviando seus chefes ao exílio e colocando outros na prisão.
Os Maronitas perderam a sua independência e centenas de milhares deixaram as
montanhas do Líbano e imigraram. A reconciliação tornou-se necessária.
O CÁLICE DA DA INDEPENDÊNCIA
O dirigente toma o pão, divide
e embebe o primeiro pedaço na salmoura,
dizendo:
Tomai o Lahmo (pão). Divide-o, embeba o
primeiro pedaço na salmoura e comei. Lembrai-vos das lágrimas derramadas por
nossos ancestrais quando abandonaram suas terras.
O dirigente toma o segundo pedaço,
o embebe no molho de ervas amargas dizendo:
Embeba o segunda pedaço na “Marôré” e comei. Lembrai da
amargura que os nossos irmãos e irmãs passaram sob a ocupação e humilhação.
Todos
recitam a passagem do Livro das Lamentações 5, 1-22:
Lembrai-Vos,
Senhor, do que nos aconteceu!
Olhai, considerai
a nossa humilhação!
A nossa herança
passou para mãos estranhas,
As nossas casas,
entregues a desconhecidos.
Estamos órfãos,
privados dos nossos pais
e as nossas mães
são como viúvas.
Somente a preço de
dinheiro nos é dado beber a nossa água;
A nossa lenha,
temos de pagá-la.
Carregando o jugo
ao pescoço,
Somos perseguidos,
estamos esgotados,
Sem que se nos dê
repouso.
Pecaram os nossos
pais, mas já morreram,
E sobre nós cairam
os castigos das suas iniquidades.
Um povo de
escravos domina sobre nós
E ninguém nos
arrebata das suas mãos.
Obtemos o nosso
pão com perigo da nossa vida,
Enfrentando a
espada do deserto.
Qual um forno,
queima-nos a pele sob os ardores da fome,
Fugiu-nos a
alegria dos corações;
As nossas danças
converteram-se em luto.
Caiu-nos a coroa
da cabeça; desgraçados de nós,
Porque pecamos!
Amargurou-se-nos o
coração, os nossos olhos toldaram-se,
Porque a montanha
[do Líbano] foi assolada,
E nele andam à
solta os chacais.
Vós, porém,
Senhor, sois eterno,
E o Vosso trono
subsistirá
De geração em
geração.
Esquecer-nos-ás
para sempre?
Abandonar-nos-ás,
ainda por muito tempo?
Reconduzi-nos a
Vós, Senhor,
Nós voltaremos.
Fazei-nos reviver
os dias de outrora.
Ter-nos-eis,
porventura rejeitado inteiramente?
Estareis
extremamente irritado contra nós?
Glória ao Pai, ao
Filho e ao Espírito Santo
Agora e sempre.
Amém.
O dirigente toma o cálice de vinho dizendo:
Tomai o cálice de vinho e bebei.
Este é o cálice da Independência.
Lembrai dos mártires
que derramaram o seu sangue pela causa da
independência.
Reconciliação
A
mulher diz aos seus filhos:
O Senhor Jesus disse: “Todo o reino dividido contra si mesmo será
devastado e cairá casa sobre casa”. Por isso, Ele nos deu o mandamento
de nos amarmos uns aos outros. Ele disse: “Que vos ameis uns aos outros;
assim como Eu vos amei, vós também vos
deveis amar uns aos outros”. “Perdoai e vos será perdoado”.
Os dois filhos de mãos
dadas dizem:
- Perdoe-me meu irmão, por eu ter
pecado contra o reino dos Céus e contra ti.
- Eu te perdou, irmão. A paz esteja contigo.
- E contigo também.
Os dois filhos se abraçam enquanto os membros da família
aplaudem como sinal de alegria e reconciliação.
A
mulher continua dizendo:
O Senhor Jesus, igualmente nos ensinou a amar os nossos
inimigos. Ele disse: “Amai os vossos
inimigos e orai pelos que vos perseguem. Fazendo, assim, tornar-vos-eis filhos
do vosso Pai que está nos Céus”.
Os filhos rezam dizendo:
“Perdoai-lhes, ó Pai, porque
não sabem o que fazem”.
Mais do que um País
A criança pergunta:
Deus abandonou o seu povo?
O
dirigente responde:
Deus não abandonou o seu povo. Por outro lado, ele consolou os
Maronitas, dando-lhes três santos: São Charbel, Santa Rafka e São Nimatullah
Hardini. Em 1997 o Papa João
Paulo II visitou o Líbano para dar esperança ao povo Libanês e em particular
para os Maronitas. Ele disse, “O Líbano é mais que um país, o Líbano é uma
mensagem”. O Papa deu sua exortação apostólica: “Uma Nova Esperança para o
Líbano”.
A mulher passa um ramo de
oliveira para cada conviva dizendo:
Tomai este ramo de oliveira. Ele
representa a mensagem de paz que devemos
levar ao mundo.
A
VELA DA CARIDADE
(2005 d.C. - …)
O
dirigente diz:
Visto as severas perseguições da
Igreja no Líbano, muitos se espalharam pelo mundo, que por conseqüência provocou
um crescimento da igreja Maronita fora do território Libanês. Foi assim
que a igreja nascente cresceu fora de
Jerusalém. A Caridade dos Maronitas
tornou-se mais forte.
A mulher acende a terceira vela grande, a vela
da Caridade.
Todos
rezam o Ato de Caridade:
Ó meu Deus, nós Vos amamos acima de tudo, de todo nossos corações e de todas
nossas almas, porque Vós sois todo infinitamente bom e Vós sois digno de nosso
amor. Nós amamos nosso próximo como nós mesmos pelo amor que temos por Vós. Nós
perdoamos todos que nos magoaram, como pedimos perdão por todas as nossas
ofensas. Amém.
O
dirigente diz:
A igreja Maronita torna-se internacional. Ela não só inclui Cananeus-Fenícios Maronitas, de Arameus
Siríacos Maronitas e de Árabes Maronitas, mas também de Brasileiros,
de Americanos, de Canadenses, de Europeus e de Africanos Maronitas.
A
mulher passa a travessa de Fîré,
dizendo:
Nós Vos rendemos graças,
Senhor, por tudo que Vós destes
aos nossos irmãos e irmãs: Uma igreja, um Patriarca e as montanhas do Líbano.
Saboreai a doçura da Independência.
Todos comem e rezam
o texto de Sofonias 3, 14-20:
Solta gritos de
júbilo [Beit Marun]!
Solta gritos de
alegria, [Líbano]!
Alegra-te e
rejubila de todo coração [Maronitas],
O senhor revogou a
sentença pronunciada contra ti,
Afastou de ti os
teus inimigos.
Rei [dos Reis],
que é o Senhor, está no meio de ti;
Não temerás mais a
desgraça
Naquele dia,
dir-se-á [a Igreja]
Não temas [Beit
Marun]!
Não se enfraqueçam
os teus braços,
Porque o Senhor,
teu Deus, está no meio de ti,
Como poderoso
salvador!
Por causa
de ti Ele anda em transportes de alegria,
Cala-se
no Seu amor,
Exulta de
alegria a teu respeito,
Como num
dia de festa.
Suprimerei
os que te feriram,
Tirarei a
confusão que te oprime
Naquele
dia, esterminarei
Todos os
teus opresores.
Salvarei
os coxos, recolherei os dispersos,
Farei
deles objetos de louvor,
E da sua
confusão, glória de toda a terra,
No tempo
em que vos hei-de reunir.
Farei de
vós objeto de glória e de louvor
Entre
todos os povos da terra,
Quando
tiver realizado,
Diante
dos vossos olhos,
Vossa
restauração, diz o Senhor.
Glória ao
Pai, ao Filho e ao Espírito Santo.
Agora e sempre. Amém.
JANTAR
O CÁLICE DA SALVAÇão
Depois
do jantar, o dirigente toma o segundo pedaço de pão, que foi embrulhado antes,
e come dizendo:
Tomai o segundo pedaço de Lahmo embrulhado no guardanapo. Por
1600 anos, nós fomos alimentados com o
Pão da Vida, que nos foi dado atravéz de Marun, Beit Marun e da Igreja Maronita. Comei nesta ceia de Ação
de Graças.
Todos recitam:
Nossa Senhora do
Líbano, orai
por nós.
São Pedro e São Paulo, orai por nós
São Marun, orai
por nós.
São João Marun, orai
por nós.
São Charbel, orai
por nós.
Santa Rafka, orai por nós.
São Nimatullah Hardini, orai por nós.
Irmãos Massabki: François,
Abd al-Moati e Rafael, orai
por nós.
O dirigente toma o cálice
de vinho, dizendo:
Tomai o cálice de vinho e bebei. Este
é o cálice da Salvação. Provai a alegria da Salvação.
A mulher traz a Fîré e serve
a todos (uma colher), dizendo:
Nós Vos rendemos graças,
Senhor, por tudo o que nos deste: uma
Igreja, um Patriarca e as montanhas do
Líbano. Provai a doçura da Salvação.
Todos concluem:
Glória ao Pai, ao Filho e ao
Espírito Santo.
Agora e para sempre.
Amém.
Os membros da família
aplaudem e comprimentam-se uns aos outros, dizendo:
FELIZ TAODITHO!